quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Tempus fugit

Tava assistindo Simpsons hoje e no comercial começou a passar aquela mensagem de fim de ano do Drummond, saca? "Receita de Ano Novo".
E tava pensando... Ano Novo não é Ano Novo sem essas coisas, não é? Mensagens, músicas, celebrações, amigo secreto, churrascos, visitas a parentes...
Em partes acho que isso é bem legal. Tipo... FÉRIAS!
Mas se for pensar um pouco, é meio triste comemorar as coisas só quando elas começam ou acabam. Principalmente se tratando de tempo. Como se comemora o tempo? Como se comemora só uma vez uma coisa que nunca pára? É mais ou menos iqual a história do aniversário, que a gente comemora a cada ano mas devia comemorar a cada segundo, já que a todo tempo estamos mais velhos.

Talvez justamente por ser fim de ano eu esteja pensando nisso, mas o tempo é engraçado. É um agente endógeno e exógeno ao mesmo tempo, não somente na Terra, mas na vida, nas cidades e nas pessoas também. É engraçada a relação que os homens têm com ele, sempre querendo segurar ao máximo, retê-lo entre os dedos igual água, e depois celebrando sua passagem e agradecendo pelas coisas vividas. Sentimos medo quando pensamos na passagem de algo que é impossivel de se deter e de rever. Até tentamos congelar, tirando fotos, guardando coisas em caixas, inventando filmes de ficção... mas no fim o que nos sobra são as lembranças do que aconteceu - do tempo externo, digamos assim - e não como no sentíamos, na realidade.

Não importa, a passagem do tempo não é algo questionável, embora a percepção dela seja. De qualquer forma, talvez por isso os Romanos tenham inventado a tão famosa expressão do Carpe Diem. Porque não conseguimos mudar as coisas ou refazê-las, não conseguimos voltar, ou ir para a frente adivinhando as certezas. Não temos certezas. Só temos... isso.
Mas isso é o sulficiente, creio eu.


"Sed fugit interea fugit irreparabile tempus" (Virgílio)

Nenhum comentário: