segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ilegível.

Inspiração.
Faz uns séculos que ela me falta, e quando vem, é em lampejos tão espasmáticos que eu logo a perco. Nunca mais acordei no meio da noite pensando em algo que deveria escrever, nem imaginando alguma coisa 'relamente boa'.
Engraçado como algumas coisas parecem ter vontade prórpia em algumas pessoas. Acho que isso é que define se é só uma empolgação momentânea de inspiração ou um dom.
Quando é dom, está presente em todas as horas, sem precisar implorar pra que se venha ou ficar horas na frente do bloco de notas.

Ou talvez eu esteja totalmente errada.
Muito provavelmente eu tou.

Ainda não descobri nada em que eu seja realmente boa. Mas sei de algumas coisas que eu gosto. Escrever é uma delas, claro. Mas eu tenho a consciência de que é só inspiração, não um dom natural. Não fico triste por isso, não mais.
Acho que justo por não saber escrever é que gosto tanto de ler. Como olhar vitrines de coisas bonitas que não podemos comprar, ou algo assim.
Bom, nem sei porque tou fazendo isso... só me deu vontade de escrever, escrever só por escrever, pra deixar as coisas mais claras, acho. Nem sei bem o que, também.


As vezes eu acho que queria pra mim todo o saber do mundo. Não, não o saber científico, mas o saber de conhecer, de entender, de conseguir andar sem ficar tropeçando - não só figurativamente. Queria um pouco mais de tempo, mas que esse tempo fosse bem aproveitado. Queria um monte de coisa, e ao mesmo tempo nem queria nada.
Não, não estou infeliz com o que eu tenho. De jeito nenhum! De certa forma, eu tenho tudo o que eu preciso. Mas eu sinto uma espécie de sede que o tempo todo fica enrolando na minha garganta, no meu estômago. Um pouco dela se alivia com a chuva, outro tanto com o céu, alguma coisa com livros, filmes e músicas... mas é um pouco mais que isso.
Talvez faça parte de descobrir exatamente quem a gente é, ou o que a gente quer. Eu ainda não entendo, nem espero entender. Só... é engraçado.



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Listening to: Lifehouse - Disarray
via FoxyTunes

Um comentário:

Anônimo disse...

Como se uma vida só não fosse o bastante e tivéssemos que absorver o quanto podemos enquanto (ainda) há tempo?
Acho que há mais do que primeiros nomes em comum entre nós. X)