segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Colcha

As vezes eu penso que grande parte do que nós somos é culpa de todas as pessoas que conhecemos na nossa vida. Como diria um amigo meu, 'como uma grande colcha de retalhos'.

Claro que não é bem assim, não somos apenas pedaços dos outros, cada um tem um jeito muito particular de ver a vida, o universo e tudo o mais... só quero dizer que isso é meio que verdade, mas não dá pra prever quem vai fazer parte da nossa vida efetivamente.
Quantas pessoas que eu não conheço ha anos e que nunca chegaram a ser realmente minhas amigas? Quantas vezes não aconteceu de conhecer alguém e dali a 5 minutos já sabe muita coisa sobre aquela pessoa... O que provoca isso? Destino? Afinidade?
O que determina ao certo se uma pessoa vai ser amiga de outra, se vai chegar a conhecê-la?

Por exemplo, meus amigos do Ensino Médio, sem me conhecer eles me acolheram em um grupo, sem razão aparente, simplesmente porque quiseram... E, acreditem, eu estava MUITO perdida... O Johnny, que sempre foi meu amigo, mesmo quando a gente nem se conhecia direito... ou o Lucas, que apareceu na minha escola como 'amigo do Gus' num belo dia ensolarado e de repente eu amava ele.

E algumas pessoas, elas estão sempre lá, mas parece que tem um momento certo pra você conhecê-las. Igual a Ana e o Caio, que eu demorei 1 ano pra fazer amizade, mesmo dando 'oi' pra eles todos os dias... É um pouco triste imaginar que algum tempo foi perdido por causa disso, já que eu podia ter me divertido muito mais se não fosse tão tímida...

Mas o que faz isso? Será alguma lógica maior que eu não entendo, por eu ser muito ínfima?
O que faz as pessoas se colidirem com a gente e nos ajudarem a criar novas perspectivas, novas visões de mundo?
E se, em algum lugar, alguma pessoa que pode ser importante para outra simplesmente não 'trombar' com ela?

E aquelas pessoas que a gente conhece um pouco, sabe que têm boas idéias, que se parecem com a gente... mas que por algum motivo nunca chegarão a ser nossos amigos de fato? Por mero acaso nós nunca vamos conhecê-las...
Claro que estou julgando tudo como fatalidade... mas não é triste imaginar quantas histórias a gente pode tar perdendo de ouvir? Quantas idéias novas?

Além disso, e aqueles amigos que nós nunca chegamos a ver, a sair junto? Amigos de trabalho, por exemplo, que compartilhamos horas intermináveis, mas não conhecemos fora do ambiente... Amigos que moram longe...
Amigos que nós não vamos ver. Não por desleixo, mas por causa da vida, mesmo... Como o André, que agora tá lá nos Emirados... Deus sabe o quanto eu queria ir num Jedicon com ele, ou num show, sei lá... ou a Suzan, que sempre me ofereceu um canto na casa dela em Sampa, mesmo quando ela nem morava em Sampa. Conheço eles, conheço um pouco da família deles... até já ajudei (?) eles com as lições da escola, com os problemas da vida... mas quem garante que um dia vou ver eles, de verdade? Pra mim eles são tão importantes quanto os outros, mas eu bem que queria ter visto eles pelo menos uma vez...

Isso tudo me deixa um pouco chateada... mas meio que prova que ninguém manda na vida, ela faz da nossa história o que bem entende... a gente só pode tentar fazer o que dá com o que tem nas mãos...



__________________________________________________________
Pessoal, desculpem falar o nome de todos vocês, mas isso saiu meio no soluço... :)

Um comentário:

Karol disse...

Hey, Ana!
Sabe que a timidez não é só sua? O que eu tento pensar, pra melhorar um pouco as coisas, é que apesar de ter demorado, nós nos encontramos, certo? Como vc disse, tem um momento certo. Acho, também que relacionamentos são coisas injustas, pq a gente nunca sabe quando a vida vai dar um jeito de mudar tudo, de separar todo mundo... Pensei nisso com a notícia do Caio. Adorei o Post. =)