
A line in your book
"Artist's Comments:
seems like shes scared of something. the way she stands and the way she looks at the horizon. she seems to leave but she hesitates.
(as you can see i liked it a lot)"
Então, chega uma hora que ele se dá conta de que está andando ao lado da sarjeta, chutando aquelas pedrinhas que aparecem e somem do nada, quando se anda por aí.
Sensação de solidão... músicas na cabeça, rodopiando e se confundindo com tudo o que têm acontecido nas últimas semanas. Ou foram meses?
O céu lá em cima é cinza nevado, tudo parece se arrastar.
A única coisa que poderia ser um escape é o grito... mas ele fica contido na cabeça e nos pulmões.
Escape.
Palavra engraçada, hein?
Para onde ele está indo? A resposta não é muito racional. Se ao menos eles estivessem ali, poderiam sair cantando as canções que andam nas mentes de todos, entre a lógica e o caos.
Placas, carros, lojas, pessoas, sons, cores. Frio.
Tropeços.
Agora, a vida é feita de tropeços: nunca parando de vez, nunca andando de vez.
Socada, súbita.
Quase irônica.
É, uma hora a gente tem que colocar as viagens de lado e fazer as coisas concretas da vida. Procurar emprego, pagar contas, tirar documentos, correr atrás de notas…
Tenho a sensação de que para algumas pessoas isso é fácil, mas não pra mim. Sempre me achei meio perdida nesse mundo cheio de papéis – que não têm nada a ver com livros ou desenhos. Quando a gente tem que assumir as responsabilidades, mesmo que pequenas, a gente acaba se sentindo meio perdido.
Por isso eu acho ue na escola a gene devia ter umas aulas de como se virar na vida… sabe? Onde procurar o que, como fazer curriculum, como comprar uma casa (eu não sei como se faz isso, por incrível que pareça), como abrir conta em banco, como fazer um monte de coisa que a gente vai ter que fazer e fica sempre perdido, por nunca ter treinado. Aposto que isso é muito mais importante que regras de orações subordinadas, por exemplo.
Mas não… ninguém avisa como é até que você realmente precise de algo. Isso não é revolta, é uma realidade. Mas com certeza é um furo danado não ensinarem isso pras criancinhas. Porque depois elas ficam grandinhas e perdidas, e reclamam em blogs.
No fim, sei lá… eu é que sou prática de menos. E ganhar a bendita da maioridade é complicado, isso é fato, mas com o tempo a gente adquire prática. Meio que a história de cair lá do alto pra aprender a voar – coisa de águia, isso.